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VIAGEM DE MOTO: Argentina, Chile, Peru e Bolívia – TRECHO 04 – Cusco à Uyuni

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VIAGEM DE MOTO: Argentina, Chile, Peru e Bolívia – TRECHO 03 – Lima à Cusco
19 de junho de 2019
VIAGEM DE MOTO: Argentina, Chile, Peru e Bolívia – TRECHO 05 – Uyuni à Chapecó
21 de junho de 2019


Após bons 3 dias de descanso e turismo em Cuzco (ou Cusco), a viagem seguiria em direção à Bolívia, um país que ainda não conhecíamos.

Mapa do Trecho: Cuzco à Uyuni


#DIA 19 – CUSCO À COPACABANA

Quando se trata de uma cidade grande, com trânsito complicado, nós temos sempre a mesma estratégia: sair bem cedo para conseguir se liberar logo da cidade e fazer a viagem render.

Saindo de Cuzco não seria diferente. Saímos por volta das 6:00h. O tempo era bom e logo estávamos na Ruta 3S. O nosso destino do dia era a cidade de Copacabana, na Bolívia. A distância a ser percorrida era de apenas 465 km. Mas teríamos que cruzar a fronteira do Peru com a Bolívia. Era a primeira vez que entraríamos na Bolívia, mas tínhamos lido que a fronteira do Brasil com a Bolívia, próximo a cidade de Corumbá, era um verdadeiro inferno. Demorando muitas vezes o dia todo pra se fazer o tramite de entrada. Então tínhamos a preocupação que esta fronteira poderia ser assim também.

O trecho fluiu bem, com pouco movimento e boas estradas. A temperatura estava agradável. Um pouco frio, mas do jeito que não atrapalha.

Estrada rumo a Bolívia

Neste trecho cruzamos por diversas cidadezinhas pacatas, mas sabíamos que o pior estava a frente: a cidade de Juliaca. Já havíamos estudado que cruzar esta cidade não era das tarefas mais fáceis. E a previsão se confirmou.

Havíamos programado um trajeto passando mais por fora da cidade, onde teoricamente não haveria tanto trânsito. No entanto várias ruas estavam fechadas para obras, então nem havia opções alternativas, tivemos que seguir o fluxo, acompanhando uma enormidade de tuc-tucs pela cidade. Nesta altura o calor já incomodava. Mas com paciência cruzamos e seguimos em frente.

A próxima cidade seria Puno, a beira do Lago Titicaca. Esta cidade é muito turística e fez parte dos nossos estudos para decidirmos se ficaríamos um dia para turistar ou não.

Chegando em Puno

Como estávamos já com uma programação bem extensa, optamos por não ficar em Puno e seguir até Copacabana na Bolívia, que também fica no Lago Titicaca. As informações que tínhamos era que a cidade de Puno era muito suja, desorganizada e sem muita estrutura para o turismo. Alem disso o principal passeio da cidade é a visita as ilhas flutuantes de Uros. Não era um passeio que nos apetecia muito.

Passando pela cidade, a ruta passa na parte alta do morro. A vista da cidade é bonita.

Vista de cima de Puno

Seguindo pela 3S a ruta vai costeando o lago, com vistas lindas. Cabe lembrar que o lago Titicaca é o lago navegável mais alto do mundo, a uma altitude de 3812m acima do nível do mar.

Estávamos nos aproximando da divisa com a Bolívia, e como saímos cedo, estávamos chegando antes das 15h. Mas aí que começaram nossos problemas.

Já bem próximo da divisa começamos a reparar que havia pedras grandes no meio da pista, e com alguns moradores circulando. Achamos estranho, mas continuamos em frente. Um pouco mais a frente havia um poste caído atravessado na rodovia. Aí começou a cair a ficha: os peruanos fecharam a rodovia em protesto. Ninguém passava. Como estávamos de moto, subimos pelo acostamento estreito e cruzamos o obstáculo.

Bloqueios na Pista

Um pouco mais a frente outro obstáculo, Desta vez era um tronco de árvore. E não havia acostamento para cruzar. Juntamos umas pedras e criamos uma rampa, já que o tronco não era tão grosso. Devia ter cerca de 30cm de diâmetro. Mais um obstáculo superado.

Um pouco mais em frente, outra arvore caída, mas desta vez não havia jeito de cruzar, pois era uma arvore enorme.

Pedimos para os locais se havia outro caminho e eles indicaram um caminho por estrada de terra. Onde só moto passaria. Como não tínhamos outra opção seguimos. A esta altura já estávamos achando que não conseguiríamos chegar na Bolívia neste dia e que teríamos que dormir no Peru. Mas onde?

Seguindo por esta trilha, cruzando pequenos riachos, chegamos novamente à rodovia.

Desta vez não haveriam mais barricadas e conseguimos chegar à fronteira.

PASO ENTRE PUNO E COPACABANA

A aduana, como era de se imaginar, estava vazia. Sendo que os oficiais da Aduana nos perguntaram como estava a situação da estrada e como nós havíamos conseguido cruzar.

Como não havia fila, o tramite foi rápido, tanto na imigração quanto na Aduana. Sendo que nesta última fomos atendidos por um funcionário muito gente fina. Eu perguntei pra ele referente ao seguro contra terceiros. Que era obrigatório na argentina (Carta Verde), no Chile (Soapex), no Peru (SOAT), e na Bolívia também haveria o SOAT, mas não consegui informações de onde seria possível contratar este seguro. O oficial então me disse que havia um decreto, assinado pelo presidente Evo Morales, dizendo que apenas seria obrigatório este seguro, para quem ficasse mais do que 30 dias na Bolívia. Então ele me orientou a tirar uma foto do decreto, pois a polícia rodoviária deles, poderia querer me cobrar propina para me liberar, alegando que eu teria que ter o tal seguro. Ótima dica.

Foto do decreto.

O trâmite foi simples, e acredito que mesmo em dias normais, com mais movimento, não deve demorar mais que em outras aduanas que estamos acostumados. A cidade de Copacabana fica cerca de 20km após a Aduana.

 


# DIA 20 – COPACABANA

Nos hospedamos no Hotel Lago Azul, de frente para o Titicaca. Uma vista linda do quarto. Ficamos um dia em Copacabana, para conhecermos a famosa Isla del Sol.  

Se você quiser saber mais sobre nossa experiência em Copacabana clique nos links abaixo:

– Copacabana/Bolívia: tudo o que você precisa saber

– Passeio pela Isla del Sol e Isla de la Lua: tudo o que você precisa saber

Lago Titicaca – Copacabana


# DIA 21 – COPACABANA À UYUNI

Levantamos bem cedo para fazer o trecho de Copacabana a Uyuni. Seriam 672km de muitas atrações.

De Copacabana seguimos ate a cidade de San Pedro de Tiquina, onde há o estreito Tiquina para cruzar até o outro lado da margem. Não há outro meio de seguir viagem pela Bolívia. A única opção alternativa seria voltar ao Peru e dar uma volta enorme.

O trecho até o estreito foi um dos mais bonitos da viagem, ao nascer do sol, com o Lago Titicaca nos acompanhando. Estava frio e a estrada era muito bem conservada.

Logo chegamos nas balsas, onde um balseiro me orientou para entrar em uma delas. Aqui cabe uma dica que aprendi lendo em blogs de viagem:

Como não é possível fazer o giro dentro da balsa, o ideal é entrar de “ré”, aproveitando o declive do terreno. Assim ao sair, em subida, se está de frente e pode-se usar a força do motor. Parece simples, mas mesmo com o auxilio da gravidade, não é fácil entrar na balsa de ré. Pois o piso é composto de tabuas, intercaladas com vãos livres, onde fica difícil apoiar os pés. Mas no fim deu certo.

As balsas são bem primitivas, mas como o lago tem águas bem calmas, não senti maiores riscos. Acredito que em dias de ventos a sensação pode ser diferente.

Demoramos cerca de uma hora para partir, pois o balseiro queria esperar outros veículos para aproveitar o frete. Mas só chegavam caminhões, que iam para as balsas vazias. Aí resolvi oferecer o dobro do valor da passagem para ele fazer a travessia sem outros veículos. Negócio fechado e seguimos viagem. Devia ter oferecido isso logo de chegada.

O valor da balsa foi pago em Bolivianos. O preço da travessia foi de 30 Bolivianos, cerca de 15 reais, e demorou cerca de 20 minutos.

Seguindo pela Ruta 2, chegamos à cidade de El Alto, que fica colada em La Paz, capital Boliviana. Para tentar evitar o trânsito caótico desta cidade, fizemos um trecho que estrada de chão, que liga a Ruta 2 à Ruta 1, que liga La Paz às Ruínas de Tiwanaku.

Estas Ruínas faziam parte da nossa programação como sendo opcional. Mas decidimos seguir em frente para chegar mais cedo no Salar de Uyuni, que era uma atração mais importante para nós.

Passamos por El Alto e seguimos na Ruta 1, em trecho duplicado. Algo que não encontrava desde que sai de Lima. A vontade era acelerar, mas preferi não arriscar, pois a Polícia Camineira Boliviana é conhecida por ser corrupta. E tudo que eu não queria era dar motivo para me pararem. Então segui na “maciota”.

Referente a polícia rodoviária da Bolívia, tive a informação de um grupo de motociclistas brasileiros que encontramos em Copacabana, e que haviam feito este mesmo trajeto dias atrás. Eles foram parados pela Policia, por estarem acima da velocidade permitida, e só foram liberados após pagarem uma gorda propina, em dólares. Para ser mais exato, foram 200 dólares, cerca de 800 reais para liberarem os 3 motociclistas brasileiros.

Mais à frente a Ruta vira pista simples, mas segue com bom asfalto, pouco movimento e bonitas paisagens. Sendo que à medida que se aproxima de Uyuni, o solo fica uma mistura de terra e sal.

Rumo a Uyuni

Nossa programação para o dia era acessar o Salar de moto e ir até o monumento dos Ojos Del Salar, que fica próximo ao acesso. No dia seguinte faríamos um passeio de 4×4 até a Ilha Incahuasi (ou isla Del pecado), passando pelo monumento do Rally Dacar, e o hotel de sal.

Ao contrário do que muitos pensam, o acesso ao Salar de Uyuni não se dá pela cidade de Uyuni, mas sim por Colchani.

Salar de Uyuni

Como estávamos viajando no período de seca, acessar e passear pelo Salar é bem tranquilo. Especialmente após se passar no trecho onde ainda há uma mistura de terra com Sal. No Salar em si, o solo é bem compactado e liso. Andar com minha moto no famoso Salar de Uyuni foi uma sensação muito legal. Mais um dos ápices da viagem foi conquistado.

Chegando na cidade, fui atrás de um posto de lavação para tirar o sal da moto, para evitar corrosão de componentes metálicos. E não foi fácil achar. Depois de muito perguntar, achei um local, nos fundos de uma casa, onde foi feita a lavação, moto limpa e pronta pra iniciar o retorno pra casa.

 


# DIA 22 – UYUNI

Ficamos hospedados na cidade de Uyuni, no Hotel Jumari, que é bem localizado e apesar de simples, oferece bom conforto. Neste dia fizemos o passeio Full Day pelo Salar.

Se você quiser saber mais sobre nossa experiência em Uyuni clique nos links abaixo:

– UYUNI: o que saber antes de ir

– Passeio Full Day Salar de Uyuni

Caminhando entre os cardones


Veja o vídeo que produzimos desta Viagem de moto Brasil, Argentina, Chile, Peru e Bolívia.

 


Abaixo link de todos os trechos detalhados da viagem:

Trecho 01 – Chapecó a San Pedro de Atacama

Trecho 02 – San Pedro de Atacama, Arequipa, Paracas e Lima

Trecho 03 – Lima a Cusco

Trecho 04 – Cusco, Copacabana e Uyuni

Trecho 05 – Uyuni a Chapecó

 



IMPORTANTE: 

Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento.  Sempre confirme datas, preços e informações.



 

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Thiago Damo
Thiago Damo
Arquiteto por profissão, viajeiro por paixão, motociclista por essência. A possibilidade de compartilhar momentos e caminhos me motivam a seguir na estrada.

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