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VIAGEM DE MOTO: Argentina, Chile, Peru e Bolívia TRECHO 01 – Chapecó à San Pedro de Atacama

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VIAGEM DE MOTO: Argentina, Chile, Peru e Bolívia – TRECHO 02 – San Pedro de Atacama à Lima
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Já tínhamos viajado para San Pedro de Atacama em outra oportunidade, fazendo o mesmo roteiro. Então não havia tanta expectativa neste trecho. Como descreverei em seguida, fomos surpreendidos positivamente.

Como em qualquer viagem de grande porte, a ansiedade e certo nervosismo estavam a flor da pele. Só quem viaja de moto vai entender, mas isso tudo passa nos primeiros 5 km de viagem. Parece que após sair da garagem e seguir o caminho, você percebe o quão natural e prazeroso é estar iniciando uma viagem, especialmente quando se está com a pessoa amada a poucos centímetros de você.

Segue abaixo mapa do primeiro trecho reunindo os primeiros quatro dias de viagem:

Mapa do trecho entre Chapecó e San Pedro de Atacama

 


#DIA 01 – CHAPECÓ À PRESIDÊNCIA ROQUE SAENZ PENA

Nosso primeiro dia de viagem não teve o clima desejado, pois a chuva nos acompanhou durante todo o trajeto, ou seja, quase 1000 km. Mas nada que atrapalhasse. Inclusive uma chuva de leve tem seu charme pra se viajar.

Preparados para pegar a estrada

 

PASO PEPERIGUAÇU

Saindo de Chapecó, com destino a San Pedro de Atacama, o Google ainda não dá a opção, que eu considero a melhor, que é sair do Brasil pela cidade de Paraiso/SC, e entrar na Argentina pela cidade de San Pedro/AR. O Paso é relativamente novo, mas já faz cerca de 2 anos que está funcionando, e neste período já passei por este Paso inúmeras vezes.

O Paso se chama oficialmente Paso Peperiguaçu, mas você não vai encontrar isso escrito em lugar nenhum. As placas apenas indicam Paraje Rosales. No entanto, ao sair da Argentina por outros pasos, você vai ouvir a pergunta: você entrou na argentina por onde? E aí que fica difícil de explicar, pois nem os argentinos conhecem essa passagem.

Obs: foto de outra viagem

Paso Peperiguaçu BRA/ARG

Este Paso é todo asfaltado (exceto cerca de 500m no próprio acesso à aduana), e em bom estado. E é uma ótima opção, especialmente para quem mora no Sul do país.

 

RODANDO PELA ARGENTINA

Entrando na Argentina seguimos até a Ruta 14, que possui bom asfalto e pouco movimento. Fazendo um pequeno desvio pela Ruta 6, chegamos a Ruta 12, que assim como a 14, é uma rodovia bem fluida e segura.

Chegando em Corrientes é preciso ter cuidado para não cair nas garras da polícia pouco ética desta província. Ocorre que a passagem principal por Corrientes, pela avenida Independência, é proibida para motos. Tendo algumas placas bem discretas sinalizando isso. É algo tão sem sentido que quase todos motociclistas brasileiros acabam indo por ali, e no acesso a Ponte, tem um posto policial, onde eles ficam atentos e sedentos para parar e cobrar propina dos brasileiros.

Segue abaixo rota que eu sempre faço para não me incomodar.

Mapa do trajeto em Corrientes para evitar multas

 

PRIMEIRA PARADA

Após Corrientes seguimos pela Ruta 16, que cruza o Chaco Argentino. O destino do primeiro dia foi Presidência Roque Saenz Pena. Já havíamos ficado nesta cidade em outras oportunidades, já que possui boa estrutura de hotéis, restaurantes e etc. Mas desta vez resolvemos ficar numa pousada campeira, chamada Posada Las Curiosas, que fica localizada próximo ao trevo entre as Rutas 16 e 89.

Gostamos deste tipo de parada, pois a moto fica estacionada em frente ao quarto, e logo pela manhã, ao sair do hotel, já estamos na rodovia. Se você preferir ficar na cidade, a melhor opção é o Hotel Gualok.

 


#DIA 02 – PRESIDÊNCIA ROQUE SAENZ PENA Á SALTA

No segundo dia, o clima estava fechado, mas com a previsão de ir melhorando ao decorrer do dia. E assim foi. Seguindo na Ruta 16, pelo Chaco, numa interminável reta, que só cessa quando chega em alguma cidadezinha interiorana. Mas logo retoma.

Ao total, desconsiderando este pequenos desvios, são cerca de 600 km em linha reta. É um exercício a concentração, e é preciso estar sempre alerta pra não deixar a tédio e o sono tirar sua atenção na estrada. Além disso, dependendo da época do ano há um constante desviar de pombos e outros pássaros que insistem em ficar no meio do caminho. É quase impossível não atropelar um ou dois.

Deve-se evitar o verão para fazer este trajeto, pois o calor pode ser, literalmente, insuportável.

O lado bom deste trajeto (o único), é que o trecho rende. Pois se mantem uma velocidade de cruzeiro, e as médias são muito boas. Mas cuidado pra não cair na tentação de exagerar na velocidade. Conheço um motociclista muito experiente que acabou atropelando um cavalo (na verdade foi um Jumento, mas ele acha mais bonito dizer que foi um cavalo), e teve um acidente grave.

Existe um trecho de cerca de 50km, que estava quase intransitável. Buracos seguidos de mais buracos, e em alguns trechos não havia nem asfalto. Chegamos a viajar pelo acostamento com brita, pois estava melhor que a faixa da rodovia. Este trecho fica próximo a cidade de Monte Queimado.

Passado este trecho enfadonho, chega-se a província de Salta.

Chegando em Salta

Já havíamos programado a revisão na moto na concessionária BMW de Salta. Mas se não fosse por isso, o mais natural seria ficar na cidade de San Salvador De Jujuy.

 


#DIA 03 – SALTA À SAN PEDRO DE ATACAMA

No terceiro dia, saímos de Salta e seguimos até o Paso Jama, que chega a altitudes elevadas.

 

PASO JAMA

O tramite da aduana foi muito tranquilo e organizado. Neste Paso, a 4.200 m.a.n.m., há uma integração entre a Argentina e o Chile, então tudo ocorre no mesmo espaço. São vários passos, mas se a documentação estiver em dia, não leva muito tempo.

Paso Jama – Aduana Integrada ARG/CHI

Já havíamos feito este trajeto alguns anos atrás, e confesso que senti o chamado Mal da altitude, ou Soroche, como chamam os peruanos e bolivianos. Então nesta vez tomamos algumas providencias: a primeira coisa a evitar é cair em tentação para as parrilas e cervejas argentinas. Pois comidas pesadas e bebidas alcoólicas não são recomendadas a quem vai passar por altitude. Também compramos chá de coca, e caramelo de coca. Que são muito menos indigestas que a folha de coca em si.

 

Soroche Pills, Caramelos de coca e Chá de coca

O Paso Jama é um destino incrível, e em qualquer época do ano vai ter paisagens lindas. Mas deve se evitar o inverno, pois corre-se o risco de ter gelo na pista, ou mesmo de estar fechado por diversos dias, devido a neve.

Já tínhamos passado no Paso Jama, no mês de outubro de 2016. Mas desta vez a paisagem estava muito diferente, com muito mais neve. Tanto no topo das montanhas, como na beira do asfalto. Era um cenário incrível que passou a ser um dos trechos mais bonitos que já andei na vida.

 

RODANDO PELO CHILE

Já no Chile, fizemos um pequeno desvio para conhecer os monumentos naturais chamados Monges de La Pacana. É um desvio curto, mas a areia é bem fofa, então é preciso ter cuidado. Especialmente em motos mais pesadas, como era o meu caso.

Monjes de la Pacana

Finalmente chegamos em San Pedro de Atacama.

 


# DIA 04 – SAN PEDRO DE ATACAMA

Ficamos hospedados no Hostal Miskanty. O qual não recomendo, pois é muito simplório pelo preço que cobra.

San Pedro de Atacama

Existem dezenas de passeios a se fazer no Atacama. E inúmeras agências de turismo oferecem serviços de transporte, alimentação, e etc.

Se você quiser saber mais sobre San Pedro de Atacama clique nos links:

Melhores Passeios de San Pedro de Atacama

De Moto, de Salta a San Pedro de Atacama

O que levar na mala para o Atacama

Mas diferentemente da primeira vez que fomos para o Atacama, desta vez gostaríamos de fazer passeios com nossa moto. Então pesquisamos quais passeios seriam mais indicados para ir com o próprio veículo, e em especial em moto.

Decidimos ir aos seguintes locais:

– Lagunas Altiplânicas (Miskanty e Meniques)

Laguna Miskanty

– Laguna Chaxa (reserva dos flamingos)

Também iríamos na Laguna Cejar, que pela salinidade da água, o grande atrativo é entrar na água e ficar boiando. Porem acabamos desistindo porque o valor de entrada também era salinizado. (entendeu!?!). Brincadeira a parte, o valor da entrada dava direito a ficar o dia todo no local, curtindo a lagoa. E como nossa ideia era só dar uma olhada, o preço não compensava.

Abaixo mapas dos três passeios.

 

Mapa do trajeto dos passeios que fizemos de moto

POSTOS DE COMBUSTÍVEIS NA ESTRADA

Uma preocupação que todos tem ao fazer este trajeto são os postos escassos no caminho. Especialmente no Chaco Argentino. E de fato há longos trechos sem postos, mas nada que ultrapasse os 150 km. Mas como sempre há o risco na Argentina de não ter gasolina em alguns postos, a dica é sempre abastecer quando passar por um posto.

E se a tua moto tem pouca autonomia, recomendo levar um bidão extra. Com no mínimo 5 litros a mais.

Posto de Combustível


Veja o vídeo que produzimos desta Viagem de moto Brasil, Argentina, Chile, Peru e Bolívia.

 

 


Abaixo link de todos os trechos detalhados da viagem, que serão postados nos próximos dias:

Trecho 01: Chapecó à San Pedro de Atacama

Trecho 02 – San Pedro de Atacama, Arequipa, Paracas e Lima

Trecho 03 – Lima a Cusco

Trecho 04 – Cusco, Copacabana e Uyuni

Trecho 05 – Uyuni a Chapecó

 



IMPORTANTE: 

Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento.  Sempre confirme datas, preços e informações.



 

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Thiago Damo
Thiago Damo
Arquiteto por profissão, viajeiro por paixão, motociclista por essência. A possibilidade de compartilhar momentos e caminhos me motivam a seguir na estrada.

6 Comments

  1. André disse:

    Muito legal. Parabéns pelo blog. Tenho buscado informações porque em janeiro vou pra uma viagem solo de Brasília ao Atacama. Fiz uma outra (também solo) para o Uruguai em dezembro de 2017. Correu tudo bem. Não tive problemas. Minha data para partida é 18 de janeiro. Obviamente vou enfrentar chuva pelo caminho (nessa época chove muito no Paraná, etc). A previsão é que eu chegue em San Pedro no dia 30/01. Ficarei por lá uns 4 dias, vou até Antofagasta, durmo duas noites e então começo o caminho de volta. Durmo mais uma noite em San Pedro e pronto. Minhas dúvidas. Eu já reservei todos os hotéis. Sei que isso deixa a viagem mais amarrada, mas eu fico mais tranquilo fazendo assim (vc acha isso uma loucura?). Minha previsão é fazer em média 600km por dia. Sobre o tempo e clima. Sofrerei muito com calor/frio/vento/chuva indo pra lá nessa época? Se puder dar essas e outras dicas/sugestões, muito obrigado.

    • Thiago Damo disse:

      Olá amigo! Ficamos felizes que tenha gostado do blog.
      Vou tentar te ajudar com tuas dúvidas: Quanto aos hotéis, nós também gostamos de reservar antecipadamente nas cidades mais turísticas, pois assim podemos escolher melhor e temos a garantia de ter um pouso quando chegarmos lá. Mas por precaução, sempre reservamos com opção de cancelamento gratuito até bem perto da chegada. Para eventualidades da viagem. E quanto às cidades de passagem, deixamos em aberto, reservando no dia anterior, ou mesmo durante a própria viagem.
      Quanto ao clima, o maior complicador pode ser o calor, pois no Chaco Argentino, ao nível do mar, as temperaturas podem passar de 40 graus. Na região do deserto de Atacama, devido à altitude, as temperaturas são um pouco mais amenas. Minha dica é: saia cedinho!
      Cabe lembrar que a região do Chaco tem poucos postos, então se tua moto tiver pouca autonomia, seria bom levar um bidão extra.
      Qualquer dúvida extra é só chamar.

  2. Daniele Machado disse:

    Olá, que viagem incrível foi essa meu Deus!! Eu e meu esposo estamos nos programando para algo assim, mas somos novos nesse “ grupo de motoqueiros do Brasil”, compramos recente uma moto boa para viagens. Já viajava-mos de carro em viagens longas assim, porém sempre por aqui no Brasil mesmo. E agora descobrimos essa sensação indescritível que é viajar de moto. Somos leigos na área ,hihihi, mas pretendemos conhecer tudo que pudermos nessa vida com nosso nova companheira de estradas. Nunca viajamos fora do Brasil. E queríamos “copiar” Essa viagem,más ficamos reciosos em irmos e passarmos por apuros. Em a todo esse desejo e desabafo, o que nos sugeria antes de irmos há uma viagem como essa?!
    Um grande abraços a vcs !!

    • Olá Daniele. Tudo bem? Pois então!! tanta coisa pra dizer que não sei nem onde começar. Inicialmente diria que é sempre indicado fazer um escalonamento nas viagens. Começar com viagens pequenas e ir aumentando. Pois nestas viagens pequenas se aprende muito. Qual o limite de quilometragem diário, quanta roupa levar, etc. E principalmente se percebe coisas que precisam ser ajustadas. Uma luva que aperta, um capacete muito solto, ou algo na moto, como um acessório necessário. Enfim… são aprendizados de cada um. Tirando isso, os países da América do Sul são muito receptivos e amigáveis, e as estradas geralmente muito boas. Então quanto a isso não vejo maiores problemas. É importante estudar as rotas e estudar as cidades de apoio, estradas com poucos postos pra não ficar na estrada por pane seca. Enfim… nos colocamos a disposição para ajudá-los. Siga nosso perfil no instagram @moto_viajeiros e qualquer duvida manda um direct. Abraços.

  3. Andriaz Leal disse:

    Thiago e Michele, que show o blog!!! Não sabia do blog…por acaso, descobri. Mas, sensacional!!! Fiquei muito feliz de ver que estão cultivando esse delicioso hábito de viajar de moto!!! Vamos programar de andar juntos!!! Abraço e parabéns pelo blog!!!

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